O post de hoje é redigido pelo meu irmão, que recentemente esteve em Buenos Aires e fez um tour pelos estádios de futebol da capital argentina. Segue o relato dele sobre o primeiro estádio visitado...
Todos sabemos o
quão bonita Buenos Aires é! Suas largas avenidas, ruas arborizadas,
seu charme noturno ao som de um bom tango de rua sendo apresentado
por artistas em meio à Florida e em tantos outros lugares espalhados
pela cidade. Porém, a cidade não vive apenas de Floralis Genérica,
Jardim Japonês e Caminito. Há a parte da cidade dedicada
especialmente para os apaixonados pelo esporte Bretão que foi
popularizado tanto cá, no Brasil, como lá, na Argentina. Talvez lá
eles ainda vivam mais intensamente a paixão de torcer para os seus
clubes de futebol. E é essa paixão que faz com que seus estádios,
mesmo sendo antigos, serem alvo de turistas apaixonados por futebol.
A mística que envolve seus estádios que é passada a nós
brasileiros principalmente nos jogos da Libertadores é algo que
tentamos, muitas vezes sem sucesso, copiar. E eu fui lá ver de perto
como funciona...
O primeiro estádio que visitei não podia
ser outro: Estádio Alberto José Armando. Não reconhece este nome?
Que tal o apelido: La Bombonera! Ficou mais fácil, não? Pois este
estádio, muito conhecido pelos brasileiros por ver seus times
voltarem derrotados de lá, foi a nossa primeira parada.
Não é um estádio moderno. Não tem cadeiras em
todos os locais. Alguns locais nem sentar é possível! Não tem
cobertura para proteger da chuva. Você deve pensar: “Que estádio
de m****, Leandro!”. Discordo! Ele foi projetado para isso. Com sua
capacidade pra 50.000 pessoas, ele se torna um estádio sufocante
para os adversários diante da quase ausência de distancia entre
campo e arquibancada. O tour começa pela loja, onde você paga 70 ou
80 pesos (R$ 20,00) para fazer a visitação. A visita de 70 pesos
não da direito a conhecer as instalações internas do estádio,
portanto recomendo MUITO a visita de 80 pesos. Ela começa saindo da
loja por uma porta que dá acesso a área interna do estádio, que
fica de frente para as cabines de transmissão dos jogos. Lá é onde
você toma o 1º impacto de “Estou em La Bombonera!” A visão
para o campo, o banco de reserva ao alcance das mãos, as
arquibancadas inclinadas que fazem até o torcedor mais longínquo se
sentir perto do campo.
Após isso,
somos guiados para a arquibancada que fica logo atrás do gol e onde
fica a principal torcida do boca, a La 12. Na parte logo atrás do
gol, o guia fez uma brincadeira onde todos devíamos pular ao mesmo
tempo para ouvir o som produzido pela própria arquibancada do
estádio. Eramos em torno de 30 pessoas e o som foi diferente de tudo
que já vi em estádios de futebol (E não são poucos os que
visitei!). Após isso ele comentou que naquele setor cabem em torno
de 6000 pessoas e é impossível ficar sentado pois, além da pouca
inclinação, os degraus são pequenos. E abaixo daquelas
arquibancadas fica justamente o vestiário visitante! Imagine você
como jogador e ter 6000 pessoas pulando no teto da sala onde você
está. Que sensação agradável, não? Esta é a atmosfera que o
estádio produz e que é tão temida pelas equipes que passam por lá
como visitantes. Após isso, fomos justamente para o vestiário do
visitante. É acanhado, pequeno e sem muito conforto. Chuveiros sem
divisórias e, se duvidar, nem água quente tem! Dali, partimos para
a parte central do estádio, mas não na arquibancada e sim nas
partes internas, por baixo dos degraus do estádio. Há campos de
grama sintética dentro do estádio onde crianças treinavam para
quem sabe ser o novo Riquelme, Martín Palermo ou Maradona do Boca
Juniors. E por fim, vamos para um restaurante que tem no lado oposto
do estádio, que fica logo abaixo da arquibancada onde fica a torcida
visitante. Lá a visita guiada oficialmente encerra.
Seguindo pela escada, chegamos ao museu do Boca. O
museu é do tamanho da grandeza do clube. Mostra recortes de jornais
antigos, camisas antigas, camisas histórias, vídeos de várias
conquistas do clube, taças, réplicas de jogadores e tem 1 mini
cinema onde passam um vídeo sobre a história do clube desde sua
fundação até os dias atuais e outra sala, com 6 projetores
mostrando um filme em 360º. São vídeos curtos, mas a sensação de
estar ali faz até quem não torce pelo Boca Juniors valorizar aquele
momento.
Dicas:
1 – Ao redor do estádio é quase
tudo temático ou com as cores do Boca Juniors. Vale muito a pena
andar por ali também.
2 – O melhor bife de Chorizo que comi na
minha passagem por Buenos Aires foi no Bar/Restaurante logo em frente
ao portão principal do clube. 100 pesos que valeram a pena! Foto a
baixo foi batida dentro dele e oferece uma pista sobre a sua
localização.
* Post escrito por Leandro Almeida, que visitou Buenos Aires em maio/2014.